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O objetivo deste blog é abordar temas tais como: empreededores individuais – Parceirias Hierarquia – Cargos & salários – terceirização – empresa familiar – capital & Trabalho – sindicalismo – trabalho & emprego – lucro – empresa ideal – reuniões – monetarização – esclerose empresarial

Os Feudos Medievais

As organizações convencionais não saíram ainda do sistema feudal. Com base na justificativa, já superada, de que é preciso se decompor o trabalho para se melhorar o desempenho, estas empresas institucionalizam os feudos, representados por Diretorias, Gerências, Departamentos e outros segmentos mais. Como é próprio do sistema feudal, cada feudo tem um "senhor", dono da área, dono das pessoas, dono de tudo o que pertence ao seu território. Esse sentido de "posse" é facilmente observável quando ocorre qualquer tentativa de "invasão" de algum território.
Os Feudos Medievais
                                           
O sistema feudal gera também uma relação de disputa através da qual cada senhor feudal defende sua reserva operacional, dificultando qualquer ação sinérgica.
                          
Numa empresa com estas características os senhores feudais estão sempre em reuniões, de tal forma que é muito fácil se identificar este estágio gerencial. Basta se pretender falar com alguém que tenha algum poder decisório e se constatará que ele estará em reunião.
 
Considerando-se que, de um modo geral, não se "produz" nada em reuniões realizadas para discutir problemas operacionais, a não ser aparentes soluções para conflitos e disputas, bem se pode avaliar o desperdício que ocorre neste tipo de empresa. Para que você não pense que eu seja contrário a toda e qualquer reunião, vou esclarecer que elas são úteis quando se busca identificar pontos de vista, ou seja, a visão a partir de um ponto para que se possa melhorar a qualidade da decisão a ser assumida por quem tenha competência para fazê-lo. As reuniões, neste tipo de empresa, geralmente se destinam a acertar divergências, a compatibilizar interesses, a dirimir conflitos, que nada mais são do que sintomas de disfunções indesejáveis e que podem e devem ser evitadas.

Contudo, uma das piores consequências do sistema feudal reside no fato de ele canalizar grande parte da capacidade de competição das pessoas para disputas internas, quando ela deveria ser dedicada às disputas externas. Bem se pode avaliar o desperdício gerado nestas empresas, a perda de capacidade competitiva e o espaço por elas aberto para os concorrentes. Estas empresas se voltam para dentro, enquanto nas empresas modernas isso nem pode ocorrer, pois elas são holísticas, quer dizer, sem limites, de tal forma que não há como distinguir o que seja para dentro ou para fora.
Os Feudos Medievais

 O mais sério, entretanto, é que nas empresas convencionais o antagonismo fica sendo institucionalizado, e elas passam a conviver com os conflitos. Nas empresas modernas, os antagonismos são eventuais, circunstanciais, representam divergências de pontos de vista, e isso é natural que ocorra, caracte¬rizando o que se denomina de crise.

As crises são fisiológicas e até necessárias, enquanto os conflitos, como os definimos, são sintomas de antagonismos institucionalizados que devem ser evitados.  Dentro da concepção ecológica que estou defendendo neste texto, os conflitos, mais cedo ou mais tarde, gerarão disfunções que irão cobrar seu preço em termos de perda de eficácia organizacional.

Texto adaptado do livro A Empresa Imortal, de Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro, Segunda edição da Ed. Vozes (esgotada).

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